Sábado, 02 de Agosto de 2025
Durante o período das festas juninas, tradicionalmente marcado por celebrações da cultura nordestina, ocorre também um aumento preocupante nos casos de violência contra a mulher. Segundo o Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV) da Polícia Civil de Sergipe, situações de agressões físicas, verbais e constrangimentos públicos, muitas vezes estimuladas pelo consumo de álcool, são recorrentes e não devem ser tratadas como simples desentendimentos conjugais.
A delegada Lara Schuster, da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) em Aracaju, que integra o DAGV, afirma que a violência doméstica frequentemente se desenvolve de forma progressiva. “O início pode estar em atitudes como tratar mal e ridicularizar a mulher em público, destruir pertences, controlar sua roupa, limitar suas amizades e impedir o contato com outras pessoas”, explicou.
Mesmo que não presenciadas, essas atitudes deixam marcas visíveis e invisíveis, que servem como sinais de alerta para familiares, amigos e a comunidade. “É preciso que estejamos atentos a sinais como manchas no corpo, principalmente na região do pescoço, punhos e braços. Além disso, a mulher pode demonstrar tristeza, ficar mais retraída e evitar conversar sobre determinados assuntos para tentar esconder a violência”, completou a delegada. Ela enfatiza que essas agressões deixam cicatrizes tanto físicas quanto psicológicas.
A violência contra a mulher pode ainda envolver xingamentos e humilhações, e, por isso, é essencial que denúncias sejam feitas — tanto pela própria vítima quanto por testemunhas. “A violência doméstica atinge todos os setores da sociedade, e queremos romper com aquele ditado que diz que em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher. Precisamos que a sociedade esteja consciente de que essa violência não aflige apenas a mulher que é vítima, mas também os filhos. Toda a comunidade sofre quando uma mulher é vítima de violência”, alertou Schuster.
Como denunciar
Casos de violência doméstica ou motivados por gênero em Sergipe devem ser denunciados ao DAGV, às Delegacias de Atendimento à Mulher e demais Delegacias de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DEAGVs), ou a qualquer unidade da Polícia Civil. Em situações de emergência, a denúncia deve ser feita pelo telefone 190, da Polícia Militar. Para ocorrências recorrentes ou denúncias anônimas, o número é o 181, da Polícia Civil. O sigilo das informações é garantido.